terça-feira, novembro 19

Voo do urubu cantante

Vou me guiar com minhas guias
Vou me agarrar sem sequer segurar
Vou lhe ofertar o divino


Vou lhe derramar a água da erva sagrada
Lhe energizar com a energia da brisa serena
Mas lhe derrubar com a forte ventania

Encostar até cair
Cair pra lhe encostar
E quando no chão saber ficar
Para as alturas vai se levar.


T.D.O.Marques

domingo, novembro 10

"Volte sempre[!]"

Tirou-me para dançar
Me envolver em seu ritmo
Deslizava de um lado para o outro
Fazia charme só para te buscar

Fugia a todo instante
Mas voltava
Retornava sempre
Ia e vinha

Se escondia em pele
Fugia para dentro de si mesmo
Já não sabia aonde ir
Era só o que lhe faltava

Mas no final sabia que ia
E de tanto vagar
Acabava sempre por voltar
Volte sempre, olhar!

T.D.O.Marques

segunda-feira, novembro 4

Não ler

Naquele boteco de esquina
Perdeu-se no copo vazio
Perdeu o furor que antes tinha
Amanhecia no horizonte frio
Mas no boteco ainda era o começo
O começo da noite
O começo da alegria
Fazia de sua noite uma toda vida
E que vida
Alegria constante, sorriso estampado
Estação florido, lilás reluzente
Era ilusão, oh boêmio mal-amado
Escorria por entre seus dedos a jovialidade
Lhe escorria a alma, antes quente
Agora só gélida, fria
Seu corpo era uma estação aberta
Perdera seu brilho em cada esquina
Em cada via, não via
E por não ver o que a tempos não via
Viu seu sucesso na ponte, onde a via
E então a via, foi a sua única via.

T.D.O.Marques