segunda-feira, janeiro 26

culpa de amor

Queremos sempre um pouco mais de lealdade, buscamos sempre aquele que tenha cumplicidade, que o afeto seja fácil, o riso que transborda, abraços que tiram da escuridão, que trazem chama para a tal frieza da alma.
Se achamos, queremos explorar essa lealdade, testar a cumplicidade, querer o afeto com exclusividade, o riso transbordar só de um lado... Duvidamos de tudo, todo momento, julgamos sempre o sentimento como algo que por nossa alma é menor sempre, menor que pela alheia. Nos fazemos de vítima de uma exclusivo inexistente, testamos a cumplicidade que não persiste, pois na primeira dúvida é ela que logo sucumbe, o afeto é vago, logo acha outro braço outro abraço, outra escuridão, ou outra frieza, se julgando delicadeza perde sempre a razão simples que tinha o coração. Pensa amor, não mede ferir com ardor, e culpa sempre o amor.

T.D.O.Marques

domingo, janeiro 25

de sofrer, de viver



um pensamento se pensa duas vezes,
uma agonia se sente duas vezes,
uma alegria é sempre mais que uma alegria
um sorriso pode ser de risos
um beijo são milhões de beijos
um abraço é sempre mil abraços
um sofrimento se sofre duas vezes
a angústia é transposta em medo
e a vida é uma vez
e o amor... eu passo.

T.D.O.Marques

quinta-feira, janeiro 8

Solidão do existir



A solidão dos dias toma ar de esperança, se traduz pelo passo leve a calma de uma alma em desatino breve. Seus momentos de reflexão trazem mais do que bons fluidos e cuca fresca. A dignidade que retomou, em seu antro de perdição vazia, é a solução para a corrida diária do ser não mais incólume. Seu soluço é mais do que um susto.
Seu pesar é a alegria da constância, o amor da juventude, o fervor das paixonites. Seu festejar é a inconstância do sem fundo, sem rumo, sem beira e de perder as estribeiras. Sua luta pela vida é escorrer e transparecer, em cada casa que vê ao passar na avenida, cada ser encostado na sua luta incomum com a mente, que mente, atordoa, que te perdoa sem crime, que te julga sem culpa ou inocência.
Ela é a barreira comum à vida, separa o ser do humano, o existir do sentir. Sente o seu sentindo esvair, mas não se esvai pelo existir.

T.D.O.Marques

terça-feira, janeiro 6

pelo cínico ser

Teu sorriso é o sétimo céu
Seu céu é todo sorriso
No paraíso do teu seio em fogo
O sol anseia o teu cinismo

T.D.O.Marques

sexta-feira, janeiro 2

cadência arvorada.

Pelas palavras ditas, escorridas
Pelos beijos dados, embaraço
Pelos abraços apertados, amassos
Pelo cheiro adocicado, traçado

Na corrida, arrancada
Na parada, estocada
Na balada, pirada
A vida, destravada

T.D.O.Marques