quinta-feira, janeiro 8

Solidão do existir



A solidão dos dias toma ar de esperança, se traduz pelo passo leve a calma de uma alma em desatino breve. Seus momentos de reflexão trazem mais do que bons fluidos e cuca fresca. A dignidade que retomou, em seu antro de perdição vazia, é a solução para a corrida diária do ser não mais incólume. Seu soluço é mais do que um susto.
Seu pesar é a alegria da constância, o amor da juventude, o fervor das paixonites. Seu festejar é a inconstância do sem fundo, sem rumo, sem beira e de perder as estribeiras. Sua luta pela vida é escorrer e transparecer, em cada casa que vê ao passar na avenida, cada ser encostado na sua luta incomum com a mente, que mente, atordoa, que te perdoa sem crime, que te julga sem culpa ou inocência.
Ela é a barreira comum à vida, separa o ser do humano, o existir do sentir. Sente o seu sentindo esvair, mas não se esvai pelo existir.

T.D.O.Marques

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