terça-feira, outubro 14

aquela roupa leve

botou aquela roupa leve, chinelinho velho de dedo, saiu para a rua pesado, envolvido na névoa escura que assola a cidade.
passeou pelos quatro cantos possíveis, norte ao sul já se conhecia todo, quando descia sabia onde estava, ia ao alto e olhava tudo com leveza, mas o dia era pesado, a névoa escura não lhe deixava enxergar o horizonte.
produziu a necessidade de se curar, se curou com sua solidão, a inerente a ele, que de todos não lhe abandona, que de todos é o único que sabe o que quer. O ser gritou por ela, a alma ansiou o pedido e como sempre respondeu altiva, berrou a sua ode e voltou a lhe acompanhar naquela bela, melancólica e feliz caminhada até a base.

T.D.O.Marques

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