Eu amo um tanto, amo acordar no meio da manhã e ir tomar
aquela xícara de café, até perto da beirada com duas colheres pela metade de
açúcar. Amo ir ao quintal e afagar a cachorra que sempre feliz e disposta vem
com a língua de fora, como se fosse um sorriso aberto, faceira que só ela. Amo
ir até o portão e ter um bom senhor sempre com uma história para contar, um
forró que deu certo, um comício que deu tiro, uma alma que não era penada...
Depois, ainda amo, voltar para dentro de casa e debaixo do cobertor sentado na
sala, e ouvir sobre o último carro que lançou, a última coisa que meu irmão
contou, ou a notícia que alguém compartilhou... Amo sair com os poucos amigos
que tenho agora, saber que tenho eles por perto, tomar um açaí (demorando duas
horas) antes das aulas, depois da aula passar no Subway e comer o lanche mais
barato possível, as companhias é que são caras para o coração, e antes da aula
tomar um café no fim da tarde, com um pão caseiro, um porção grande de sorrisos
e um afago no fundo do peito. Amo também é sair à noite e ver a lua, contemplar
a imensidão escura que se forma, o fim da tarde com aquele vermelho todo
alaranjado que ela traz. Amo mesmo é o tom simples que essas coisas tem, a
naturalidade com que faço, a simplicidade que tudo é... quando se forma a
complexidade, amo mesmo é ‘sair distraído e espalhar bem-querer’, mesmo que a
distração seja só para mim, e o amor também.
T.D.O.Marques
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