sábado, junho 16

Deixar.

Vou deixar o tempo
Deixar o tempo curar essas feridas que não existem
Deixar o tempo seguir seu caminho sem apressá-lo
Deixar o tempo tomar o rumo que quiser, enquanto ele quiser

Vou deixar brotar
Deixar brotar o que não existe
Deixar brotar o que por acaso já existe
Deixar brotar aquilo que por destino nunca aparecerá

Vou deixar viver
Deixar viver o que há
Deixar viver o que não há
Deixar viver o que existiu não existindo

Deixar para trás, para frente
Abandonar o que não foi deixado
E buscar o inexistente em sua total existência.

Thomaz Diniz O. Marques

Nenhum comentário: